psicodélica(s)mente(s)nublada(s)
do barulho grafite,
do lápis em papel branco-amargo
surgi em ensaios,
antes feitos para que produção flua plena,
como mosca que plana indiferente.
na palavra alheia não sinto o conforto.
forço-me a sentir prazer,
transferindo-me através das marcas no papel.
fingem não escutar/ver/sentir o que dentro não silencia,
mas essa ruptura o fará.
pouco me importo com convenções,
tabus,
preconceitos.
o que move a insistência é o vício,
de ouvir a caneta correndo,
inutilmente,
por essas bigas de celulose,
que forçam-na à inércia.
não sinto a compleitude no próximo
rompo com esse texto asmático arcaicamente irritante.
caminha agora como fluxos intestinais.
nada cômico.
as vísceras pulsam,
em contraste à imagem,
que derrete em sua insuportável paz fumacenta,
o que em inutilidade nos inebria.
aqui,
estranhamente bate um coração.
não como bateria de escola de samba,
mas como o berro explodindo do peito do homem-cangaço antes da morte.
saúdo minha revolta,
inaugurando novo evento.
sou habitante da terra-sertão,
poeticamente,
violenta-seca
sinto necessidade de gritar equívoco e unir idéias.
começou a chover.
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