sábado, 3 de março de 2007

psicodélica(s)mente(s)nublada(s)

do barulho grafite,

do lápis em papel branco-amargo

surgi em ensaios,

antes feitos para que produção flua plena,

como mosca que plana indiferente.

na palavra alheia não sinto o conforto.

forço-me a sentir prazer,

transferindo-me através das marcas no papel.

fingem não escutar/ver/sentir o que dentro não silencia,

mas essa ruptura o fará.

pouco me importo com convenções,

tabus,

preconceitos.

o que move a insistência é o vício,

de ouvir a caneta correndo,

inutilmente,

por essas bigas de celulose,

que forçam-na à inércia.

não sinto a compleitude no próximo

rompo com esse texto asmático arcaicamente irritante.

caminha agora como fluxos intestinais.

nada cômico.

as vísceras pulsam,

em contraste à imagem,

que derrete em sua insuportável paz fumacenta,

o que em inutilidade nos inebria.

aqui,

estranhamente bate um coração.

não como bateria de escola de samba,

mas como o berro explodindo do peito do homem-cangaço antes da morte.

saúdo minha revolta,

inaugurando novo evento.

sou habitante da terra-sertão,

poeticamente,

violenta-seca

sinto necessidade de gritar equívoco e unir idéias.

começou a chover.

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